Brutalismo cotidiano

A série de fotografias “Brutalismo cotidiano”, de Karin Brenner, captura a presença de cenas cotidianas que refletem esse conceito instaurado na arquitetura em paisagens urbanas ao redor do mundo. O brutalismo, movimento arquitetônico que floresceu nas décadas de 1950 a 1970, é conhecido por sua ênfase na funcionalidade e na exposição dos materiais, especialmente o concreto bruto (daí o termo “brutalismo”, derivado do francês béton brut). Suas formas monumentais, angulares e despojadas fazem com que os edifícios brutalistas se destaquem pela sinceridade estrutural e pela estética austera.

Brenner foca na interação entre essas construções de grande escala e o cotidiano, transportando seu olhar para cenas corriqueiras, é possível enxergar o movimento brutalista para além da arquitetura, mas também nos nossos espaços de vivência em pequenas cenas.

Nessa série, a fotógrafa destaca como o brutalismo transita entre o extraordinário e o ordinário e que ele não faz, necessariamente, apenas parte de um momento da arquitetura global. As fotografias capturam a essência do movimento, com sua geometria rígida e repetitiva, e como ele contrasta ou dialoga com a vida urbana moderna. Ao explorar a presença de elementos brutalistas em diferentes contextos culturais e geográficos, Brenner revela a universalidade do movimento, mas também as suas nuances locais.

A série sublinha o impacto visual e como é possível repousar o olhar sobre cenas “brutalistas” mesmo em cenários cotidianos, sendo que o estilo, muitas vezes visto como frio ou inóspito, oferece uma visão crua e honesta da materialidade urbana, transformando-se em marco que desafia a concepção tradicional de beleza.